quarta-feira, 11 de junho de 2008

RETICÊNCIAS




Por tanto tempo eu não soube dizer não...
Deixei que tantas pessoas se aproveitassem de mim, da minha boa vontade, da minha ingenuidade às vezes, pra nada. Pra receber em troca, somente um vazio, um nada.
Não espero que me digam “sim”, mas as trocas precisam ser sinceras.

Por tanto tempo eu não soube o que era amor...
Deixei que me punissem por crimes que não cometi, por palavras que nunca disse, e até pensamentos que nunca tive.
Não espero que me ame incondicionalmente, mas tem que ser de coração.

Por tanto tempo eu não recebi nada em troca...
Deixei meu amor escorrer por entre amigos que nunca tive, por gestos que eu achava que bastavam, por olhares que eu considerava cúmplices.
Não espero receber em troca toda vez que faço uma doação, mas seja na amizade, seja no amor, se não há troca, só há esforço.

Por tanto tempo eu fiz favores...
Deixei de fazer coisas pra mim, pra poder fazer para os outros.
Não espero que façam coisas pra mim, mas se não puder retribuir eventualmente, então não me peça.

Por tanto tempo eu usei reticências...
Deixei inúmeras coisas em aberto, projetos inacabados, cursos abandonados, desenhos não pintados, roteiros sem final, livros começados...
Não espero resolver todos os meus mistérios, todos os problemas,
mas definitivamente e enfim,
estou colocando um ponto final.

em todas as coisas que atrapalham a minha vida...


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